HORAS DE ALUCINAÇÃO

As penosas horas no vomitório são meras alucinações provocadas pelo psicotrópico que é a vida...

sábado, julho 31, 2004

Dilatações do pensamento

Pois, pois, pois.....Não vês a janela aberta? Dá o salto, não é todos os dias que ela se abre. Normalmente apenas o reflexo cerrado, de uma miragem inconsciente te é presente.
Não vais cair, o tal degrau te espera, falei com ele, ofereceu-se.......O abafo come o último, sim....pouco fica. Passa de verde a azul, no chão te estenderás. Nesse agudo fio de som, tudo abana....Salta, Salta e o som de baixo a cima, faz escorrer o pequeno fluido. Chove vermelho, num jogo onde as fronteiras são o limite, Dá-lhe com o martelo, não fiques ai, vá força.
Não tás a ver?
Sim ai....Não sentes o calor. Vem do profundo conhecimento.
Acerta-lhe, diz a palavra secreta e cresce na colina.
Ardeu tudo, tudo quase.....è o sinal para o barulho.
Escuridão, sepulta-me este último sopro. Vejo-lhe os olhos, onde cresce o rio...sim esse azul. Não deixes, o sino vai se dividir, o que virá te sucederá.....A nervosa águia, voa de bico no chão....ai erva daninha sai daí, dilata-me o agudo, foge desse ardor...e no fim segura-te...................................

quinta-feira, julho 29, 2004

"Kidman, the Porn, and the Mad Director" by Paul Bettany

Continuando numa de Dogville, leiam só um excerto de um artigo escrito por um dos actores desta trama insana sobre o realizador Lars Von Trier que tem a estranha mania que todos os filmes que faz são uma comédia. É de fartar de rir... ou pode ser só assustador... o_O;;
 
The first time I met Lars von Trier, he picked me up from the airport in a camper van. We were driving through Sweden and it was snowing and we stopped for petrol. And he said, in that strangulated Danish accent of his, "Paul, would you like any porn?"
I went, "What?"
He said, "Would you like any pornography?"
"No, you're all right, Lars," I said. "You're OK."
So then Lars proceeds to sweep the entire top shelf of pornography, a stack a few inches deep. He pays for it, we get back in the camper van and the rest of the journey goes by. We arrive at my hotel and we are talking about his new film, Dogville, which we are about to start working on. After about two hours, there is a knock at the door and Nicole Kidman, who is playing Grace in the movie, comes in. I'm this kid from Harlesden and here's Nicole Kidman, so I'm understandably a little nervous.
Lars says, "Oh, hi, Nicole, this is Paul. Paul, this is Nicole. You must talk among yourselves because I have to make a phonecall. Nicole! Look at Paul's enormous stack of porn!"
So Lars leaves and I'm reduced to a 13-year-old pleading, "It's not my porn! It's not my porn!" Finally, I manage to convince her that it is indeed not my porn, and we're talking about the film when I hear this noise at the window. I go over an dlook down. It's snowing and there's Lars von Trier hanging from the fire escape by his fingertips listening to our conversation.
So I go, "You all right, Lars?"
"Yes. No. It's very cold."
"Yeah, it's snowing. Do you want to come in?"
And he goes, "Yes."
That's how my experience on Dogville began. After that, it just got weirder.

segunda-feira, julho 26, 2004

WOW! o_O;;

Sim! Isto foi a única coisa que me veio à cabeça quando acabei de ver Dogville. Não pelo facto de ser um filme num estranho género teatral onde as ruas e as casas não passam de quadrados desenhados no chão, apenas decoradas com o mínimo de cenário que se possa imaginar (que eventualmente acabamos por esquecer); não pelo excelente desempenho dos actores que nele figuram (pudera! para trabalharem sem cenários tinham que ser do "best"); e sem dúvida nenhuma, não seria pela duração que quase excede os 180 min de duração. É que nada nos prepara para a podridão da condição humana que esta história nos apresenta. Tal como Paul Bettany diz no confessionário (um local onde cada actor dava um testemunho de como foi participar no filme): "É como se me estivessem a espetar um ferro na cabeça...". Mas vamos começar pelo ínicio... tudo começa quando Tom, um jovem tímido  intelectual (Bettany) encontra Grace (Kidman), uma doce rapariga que entra na aldeia de Dogville a meio da noite perseguida pela máfia. Os dois dão-se bem desde o ínicio e é com a ajuda de Tom, que Grace consegue fugir à mafia e também ser aceite pelos habitantes de Dogville, sob a seguinte condição: Grace teria que trabalhar para todos eles se quisesse ficar na aldeia. E assim acontece. Grace ajuda os habitantes, o amor entre ela e Tom cresce e durante momentos tudo parece correr bem. Mas é aí que o "ferro começa a entrar mesmo na cabeça"! As pessoas de Dogville começam a tornar-se desconfiadas, frias e até maldosas ao ponto da própria narrativa nos provocar momentos de um estranho desconforto e até vergonha (porque no fundo, também se vêem coisas destas na vida real). Os habitantes começam a mostrar a sua falta de compaixão e o seu lado mais preverso e a única coisa que nos agarra à história são Tom e Grace, as únicas pessoas que nos parecem "puras" no meio de todo aquele engodo. Mas em Dogville, nada do que parece é, e é com mais uma ponta de vergonha que vemos os nossos dois heróis caírem nas teias daquela aldeia e mostrarem-se como realmente são. É sem dúvida nenhuma uma obra díficil de classificar (ainda agora não sei se gostei ou não), que nos dá que pensar, que nos envergonha pelo cariz da história que quase parece impossível mas que pensando bem não está assim tão distante. Fanscinante mas terrífica... 

sábado, julho 24, 2004

A Maratona e outros acontecimentos

No site da revista TIME encontra-se esta noticia interessante...

"Finding Clues in the Sky
A new blend of astronomy and history is revealing the past:
The Olympics are nearly upon us, and once again runners in Greece will take the approximate route followed by the lone runner who in 490 B.C. raced 26 miles from the battlefield at Marathon to Athens. There he brought word of the Greek victory over the Persians, and then collapsed and died. Why did a 26-mile run, routinely practiced by today’s long-distant athletes, prove fatal to the presumably fit and experienced Greek runner?
Astronomer Donald Olson and his colleagues at Texas State University think they know why. In a report to be published in the September issue of Sky & Telescope magazine, they provide convincing evidence that the Marathon run, widely accepted by historians to have taken place in mid-September, actually occurred in August, and more precisely, on August 12. That one-month difference explains a lot. While the average maximum temperature these days along the Marathon route is a bearable 83 degrees F. in September, it ranges from 88 to 91 degrees in August, and often rises as high as 102 degrees near Athens. Those temperatures might well prove fatal, even to superbly-conditioned athletes.
In reaching this conclusion, Olson and his team made use of “astroforensics,” a discipline of their own that combines knowledge of astronomy, historical accounts, and just plain sleuthing. From writings of the Greek historian Herodotus, they found precise descriptions of the phase of the Moon at the time of the Marathon. They also knew, from historical accounts, that when the Persians first landed at Marathon, the Athenians had pleaded for help from the Spartans, who were willing but, because of a religious festival, couldn’t dispatch their army until the next full Moon, which was six days away.
Using this information and making some astronomical calculations, a 19th Century German scholar had established the date of the religious festival, and from it, the September 12 date of the Marathon run. But Olson found a fatal flaw in that reasoning. In dating the Marathon, the German had used the Athenian calendar. However, in 491-490 B.C., Olson determined, the Athenian calendar had run a month ahead of the Spartan calendar, which the Spartans, of course, had used to schedule their religious festival. That placed the Marathon in the steamy month of August. (...)"

Para ver o resto da noticia, sigam o link acima...

Maldito Sabão

Sem querer transformar o nosso blog na rúbrica O Homem que mordeu o Cão, aqui vai uma notícia bizarra que encontrei hoje no Correio da Manhã:

"É o segundo caso em dias consecutivos: em Vale Paraíso, Albufeira, um homem de 37 anos, residente nas Ferreiras, negociou com um indivíduo de etnia cigana a compra de um telemóvel topo de gama mas a troco dos cem euros que entregou recebeu uma barra de sabão envolvida em bocados de plástico.
O burlão abordou a vítima, dizendo que estava com dificuldades financeiras e precisava de vender o telemóvel, um aparelho equipado com a mais recente tecnologia e cujo custo no mercado ronda os 600 euros.
Alegando imperiosa necessidade de conseguir dinheiro, o homem de étnia cigana pediu cem euros pelo equipamento.  O negócio consumou-se de imediato, com o telemóvel a ser entregue numa bolsa. Os indivíduos separaram-se e, pouco depois, o comprador, ao pretender utilizar o aparelho, apercebeu-se da burla."

Sinceramente meus amigos... onde é que vamos parar? Cem euros por uma barra de sabão é o chamado... Golpe do Baú.





quinta-feira, julho 22, 2004

Ciência Antiga

"Estes eram pequenas placas de gelo, muito direitas, polidas, transparentes, da grossura de uma espessa folha de papel... mas na forma de um hexágono tão perfeitamente formado, cujos seis lados são tão direitos e os seis ângulos tão iguais, que é impossível pensar que tal objecto foi feito pelo homem... pois o homem nunca conseguiria fazer algo tão exacto..."
 
1635, René Descartes, num ensaio sobre flocos e cristais de neve
 
 

terça-feira, julho 20, 2004

...

Eu não percebo...o que querem de mim afinal? Não consigo viver assim....

sábado, julho 17, 2004

Master and Commander

Uma vez que todos os escritores deste blog são apreciadores de bom cinema, porque não fazer aqui uma apreciação de um filme ou outro de vez em quando? Devo dizer que ontem vi "Master and Commander" em DVD e fiquei bastante surpreendida com o filme. É que tinham-me dito que era bastante chato e concordo que talvez assim o pareça no cinema. Mas talvez quem o fez, não se tenha apercebido que este filme está longe de querer ser um épico ou mesmo um filme de acção passado no mar. É um drama com uma excelente ponta de realismo. A forma como a vida no alto mar é retratada, a vida de centenas de marinheiros que se acotovelam uns aos outros num espaço claustrofóbico... é fantástica. O enorme navio que cavalga as águas é simplesmente fenomenal (com cumprimentos da WETA) e as paisagens são estrondosas. Só a excelente vista que temos das ilhas Galápagos é realmente fenomenal. Mas para além disto é um filme que retrata o companheirismo e a amizade entre todas aquelas pessoas que são obrigadas a viver em conjuncto e a suportarem-se uns aos outros dia após dia, e sobre o que devemos abdicar pela vida daqueles que nos rodeiam. Ao ver o filme percebemos que a escolha do "menor de dois males" nem sempre é aquela que o nosso coração nos obriga a seguir. Thumbs up! =D


quarta-feira, julho 14, 2004

Hábito

É que o hábito faz o monge porque tudo é uma questão de hábito. É um hábito que se adquire e que custa sempre a perder. Ouvi dizer que passearmos-nos pelo deserto é apenas uma questão de habituação porque nos habituamos a aguentar a sede por mais tempo, o sol que nos queima a cabeça e a areia ardente debaixo dos nossos pés. Mas se sairmos do deserto, o nosso hábito morre e apenas a recordação permanece por algum tempo. E é por isso que o hábito vai e vem, tal como uma flecha que nos desliza pelos dedos, assobia-nos ao ouvido e logo a seguir é arrancada da carne de alguém, pronta a matar novamente. É que o hábito é o que nos sustêm, porque no fundo... tudo é uma questão de hábito.

sexta-feira, julho 09, 2004

A vida é injusta (definitivamente) IV

Só mesmo para clarificar o número de posts que se auto-intitulam (não sei quem lhes dá estes nomes, sinceramente...) "a vida é injusta". Por falar que a vida é injusta, tenho que falar nos Fantastic 4. É que tenho visto essa (excelente!? Há melhores) série de BD na Sic e não pude deixar de reparar que eles agora são 3. A vida foi injusta para com o Tocha Humana, porque trocou-o por um robôt numa série de desenhos animados familiar! E o que dantes era perfeito e equilibrado (porque eram 4!) passou a ser desiquilibrado, porque agora só são 3 e meio... e a metade é irritante e feita de lata! Onde é que isto vai parar! Sinceramente...

quinta-feira, julho 08, 2004

A vida é Injusta III, IV, ou se calhar até mais...

É que já perdi a conta do número de posts que fizemos com o tema a vida é injusta. Como isto até já se tornou uma espécie de imagem de marca do blog à algum tempo atrás, vamos lá fazer renascer este tópico. Pah! A vida é injusta! É mesmo injusta e não há nada a fazer. É que neste caso não pudemos dar razão a Darwin com o seu lema "Os fortes sobrevivem e os fracos morrem!". Não há hipótese! É que a puta desta vida é mesmo injusta! Desculpem-me a expressão. Acho que devíamos aprefeiçoar o lema de Darwin: "Os ramelicas sobrevivem e os sinceros morrem...". Mas enfim, é a vida e temos que levar com ela ou talvez seja ela que tenha que levar connosco. O que quer que seja, ela pode ser injusta mas vale a pena vivê-la. Acabou-se! Nem devia tar a queixar-me, porque ela até nem me tem tratado muito mal ultimamente... mas não deixa de ser injusta!

terça-feira, julho 06, 2004

Don't come near!

>
WARNING
Asphodel is radioactive. Wear protective clothing at all times.

Username:

From Go-Quiz.com

sexta-feira, julho 02, 2004

Mais um rosto que se perdeu, mais uma alma que se ganhou...

Confesso que nunca fui grande leitora de Sophia de Mello Breyner, mas havia qualquer que me atraia em alguma da sua escrita. Ultimamente, o seu amor pelo mar e por tudo o que era verde, começou a transportar-me para outras terras. Agora que ela partiu, tralvez fosse bonito fazer uma homenagem a esta grande senhora da literatura portuguesa...

Hora

Sinto que hoje novamente embarco
Para as grandes aventuras,
Passam no ar palavras obscuras
E o meu desejo canta --- por isso marco
Nos meus sentidos a imagem desta hora.

Sonoro e profundo
Aquele mundo
Que eu sonhara e perdera
Espera
O peso dos meus gestos.

E dormem mil gestos nos meus dedos.

Desligadas dos círculos funestos
Das mentiras alheias,
Finalmente solitárias,
As minhas mãos estão cheias
De expectativa e de segredos
Como os negros arvoredos
Que baloiçam na noite murmurando.

Ao longe por mim oiço chamando
A voz das coisas que eu sei amar.

E de novo caminho para o mar.


Sophia de Mello Breyner Andresen

  • Lapsus Calami
  • High on Tangerine
  • Chez Lune
  • Comma Verbos
  • Mundo Fantasma
  • Flight
  • Marauder's Sketck Book
  • Seculo Prodigioso
  • Antestreia
  • Cineblog
  • Hollywood
  • DVD
  • Ciencias no Quotidiano
  • Ponto Triplo
  • Viridarium
  • John Howe
  • Alan Lee
  • Daniel Govar
  • Olhares
  • TrekEarth
  • Hubble Site
  • Earth View
  • Earth Observatory
  • Darwin Online
  • Jane Austen
  • Project Gutenberg
  • National Geographic
  • Eden
  • Goober Productions
  • Transience
  • Bow Man
  • Retro Junk
  • Superman
  • Musicovery
  • Opeth
  • Rolling Stone
  • Q4 Music
  • Fundacion Miro
  • Warhol
  • Louvre
  • Nobel Prize
  • Uniao Europeia
  • Nacoes Unidas
    Puzzle Pirates