HORAS DE ALUCINAÇÃO
As penosas horas no vomitório são meras alucinações provocadas pelo psicotrópico que é a vida...
Contribuidores
sexta-feira, outubro 28, 2005
sábado, outubro 22, 2005
Aqui está uma foto dum pôr-do-sol algarvio altamente especializado (ou não! a máquina não era lá grande coisa), tirada directamente do terraço da casa dos meu avós, em Lagoa - consequentemente há montes e montes de anos atrás. Sempre gostei daquela casa; tinha (e continua a ter) uma bela vista. Felizmente ainda continua na família; e curiosamente com os mesmos objectos dispostos nas mesmas posições em que os meus avós costumavam pô-los. Entrar lá, acaba por ser uma espécie de regressar ao passado: a TV a preto-e-branco ainda sobrevive; assim como a cópia perturbadora do quadro da Mona Lisa cujo olhar nos segue à volta da sala de jantar; ou a pistola antiga e enferrujada do meu avô, bem escondida numa das gavetas do sotão. Uma casa peculiar, acolhedora, cheia de memórias e de onde se consegue assistir a um pôr-do-sol espantoso.
segunda-feira, outubro 17, 2005
Manifesto pós(ou pré)-blog
Esta tarde cheguei a casa com a certeza absoluta que - acontecesse o que acontecesse - iria pedir a total e bastante justificada - pelo menos na minha (mui) fértil imaginação - demissão deste blog. Vá se lá saber bem porquê - como muitas vezes acontece nestas situações - foi algo que me ocorreu e que só assim de repente me pareceu o mais correcto... ou pelo menos o que tinha mais sentido. Nas entrelinhas da leitura de Pride and Prejudice - na precisa ocasião em que Elizabeth acabava de 'demitir' o esplendoroso Mr. Darcy - a minha mente foi inventando uma autêntica e sincera carta que apresentaria esta tarde aos meus colegas - "Caros colegas, venho por este meio informar que a minha colaboração no vosso tão esmerado trabalho chega por assim dizer... ao fim! É com pena, um sentimento de saudade mas também de leveza espiritual e física que vos deixo nas mãos mais uma parte do nosso legado, etc, etc, etc...". Agora que escrevo isto, não tenho assim tanto a certeza. Mas raios me partam se o mundo não anda entregue aos cães! Que espécie de pessoa seria eu se começasse assim a desprezar tudo e todos, porque simplesmente este dito 'legado' deixou de repente de me fazer falta? Até poderiam acusar-me de manipulação ou pior ainda: falta de honestidade. É verdade que somos humanos - com todos os defeitos e virtudes que nos são inerentes -, mas disso... ninguém gosta de ser acusado, não é verdade? Portanto, sem querer armar em filósofa, lá terão que aturar a minha presença durante mais algum tempo. Por isso, não se vão embora. Fiquem por aqui, pessoal!
domingo, outubro 09, 2005
Why should a foolish marriage vow
Bem... isto é um tanto ou quanto revolucionário para a época (John Dryden viveu de 1631 a 1700):
Why should a foolish marriage vow,
Which long ago was made,
Oblige us to each other now
When passion is decay'd?
We lov'd, and we lov'd, as long as we could,
Till our love was lov'd out in us both:
But our marriage is dead, when the pleasure is fled:
'Twas pleasure first made it an oath.
If I have pleasures for a friend,
And farther love in store,
What wrong has he whose joys did end,
And who could give no more?
'Tis a madness that he should be jealous of me,
Or that I should bar him of another:
For all we can gain is to give our selves pain,
When neither can hinder the other.
Why should a foolish marriage vow,
Which long ago was made,
Oblige us to each other now
When passion is decay'd?
We lov'd, and we lov'd, as long as we could,
Till our love was lov'd out in us both:
But our marriage is dead, when the pleasure is fled:
'Twas pleasure first made it an oath.
If I have pleasures for a friend,
And farther love in store,
What wrong has he whose joys did end,
And who could give no more?
'Tis a madness that he should be jealous of me,
Or that I should bar him of another:
For all we can gain is to give our selves pain,
When neither can hinder the other.
John Dryden