Feliz Ano Novo de 2007

Desejo a todos os associados deste blog, assim como aos seus assiduos leitores, um óptimo ano de 2007. Que Portugal acerte o passo, porque senão terei de emigrar para um país melhor como o Camboja ou o Suriname. Beijos e abraços...

A felicidade exige valentia

"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes mas, não esqueço que a minha vida é a maior empresa do mundo, e posso evitar que ela vá à falência. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. E atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. E agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. E saber falar de si mesmo. E ter coragem para ouvir um "não". E ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta. Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."

Fernando Pessoa

Lines on Curll

Mais um poema de Pope. Decididamente, o meu favorito. O poeta... não o poema...

So when Curll's Stomach the strong Drench o'ercame,
(Infus'd in Vengenance of insulted Fame)
Th' Avenger sees, with a delighted Eye,
His long Jaws open, and his Colour fly;
And while his Guts the keen Emeticks urge,
Smiles on the Vomit, and enjoys the Purge.

Alexander Pope, Lines on Curll

Feliz Natal!

Okay! Aqui ficam os votos de um Feliz Natal para todos aqueles que nos visitam. Aos que ainda não nos visitam, pode ser que alguém os avise que estamos a desejar um Bom Natal - coisa que mais ninguém se lembra de fazer nesta altura... - e decidam passar por cá. Agora o que vocês estão a pensar é: porque será que esta imagem parece um guardanapo? Eu cá não sei. Deve ser mais um dos grandes mistérios do Natal. Um Feliz Natal para todos!

É nestas alturas que penso

"Porra, que lá se vai mais um ano...". Sei que é suposto ser uma altura feliz - e de certa forma até é - mas este tipo de pensamento é inevitável. Não gosto de ver o tempo a passar tão depressa; nem gosto de pensar que há montes de coisas que gostava de fazer e ainda não fiz, por alguma razão ou outra. A verdade é que lido mal com a ideia de mudança: custo a habituar-me a situações novas. Tenho sempre saudades do que foi e já não é; e por vezes desejo veementemente poder voltar ao que era. Se as coisas eram tão boas como estavam porque é que tiveram que mudar?

I Sit and Think

I sit beside the fire and think

of all that I have seen,

of meadow-flowers and butterflies

in summers that have been;

Of yellow leaves and gossamer

in autumns that there were,

with morning mist and silver sun

and wind upon my hair.

I sit beside the fire and think

of how the world will be

when winter comes without a spring

that I shall never see.

For still there are so many things

that I have never seen:

in every wood in every spring

there is a different green.

I sit beside the fire and think

of people long ago,

and people who will see a world

that I shall never know.

But all the while I sit and think

of times there were before,

I listen for returning feet

and voices at the door.

J.R.R. Tolkien

E como palavras compridas aborrecem-me...

... vou tentar ser o mais directa possível: há já quase uma semana que sou uma autêntica fábrica de ranho! E bem que podem vir com aquelas tretas que com estas coisas mais vale cá fora que lá dentro, que não me consolam nada. É que isto já começa a chatear! Para além da voz fanhosa - altamente irritante - o pior mesmo é não conseguir respirar; e provavelmente ressonar de noite, porque obviamente... de nariz tapado, dorme-se de boca aberta. E bem sei que agora estão a pensar que isto é altamente nojento; mas é um alívio partilhar isto com todos vocês. Por isso, mil desculpas e muito obrigado.

Espiral do ser - Parte II - O dramatismo

Quanto mais penso, mais abandono o tempo
cada vez mais distante, atordoado
e nem por um momento, me sinto tenso
apenas conquistado, pela névoa constante
de todo o meu senso, simples conhecimento.

Não existem motivos, somente passos
por isso tenho uma visão, de um mundo finito
está escrito por traços, cumprindo claros objectivos
de um desejo erudito, um salto para a pura razão
são sintomas compulsivos, pois tudo isto é fracasso!

Faz isto sentido, loucuras de melancolia
silencioso ser que cresce, por esta sociedade limitada
nesta sombra de apatia, que torna tudo corroído
é como uma nortada, como o sangue que desce
e por isso me sinto moído, sem a mais pura alegria.

Alma pesada, de sentimento dominado
sou um ponto ínfimo, num enorme todo
regido por um ente arquitectado, enorme poeirada
desassossego incomodo, que não me deixa o íntimo
uma invisível cilada, a um nível desavergonhado.

Por isso murmuro, neste silêncio escrito
sentimentos do âmago, que me consome o ser
o fim restrito, de um desejo seguro
que não me faz entorpecer, ao som de um relâmpago.
Saudações do mais puro, adeus ó espírito!

The Hours meets The Great Cold of Pre-Winter

Quando ele aperta... há que agasalhar, meus amigos! Ah, pois é!

Drinking Alone under the Moon

Amongst the flowers is a pot of wine;
I pour alone but with no friend at hand;
So I lift the cup to invite the shining moon;
Along with my shadow, a fellowship of three.

The moon understands not the art of drinking;
The shadow gingerly follows my movements;
Still I make the moon and the shadow my company;
To enjoy the springtime before too late.

The moon lingers while I am singing;
The shadow scatters while I am dancing;
We share the cheers of delight when sober;
We separate our ways after getting drunk;
Forever will we keep this unfettered friendship;
Till we meet again far in the Milky Way.

Li Bai

Espiral do ser - Parte I - O príncipio

Sento-me naquela cadeira de forma rotineira e se por momentos algo tenho a concretizar, existem outros que nem tanto, apenas pensar... Rodeado pelo conhecimento, tento-me concentrar, puxar por mim, idealizar. Por vezes não é fácil, um certo esfalfamento tem a tendência a apoderar-se, é contudo díficil gerir todo um conjunto de situações que dão azo a umas tantas outras. Estamos na situação que para muitos é motivo de matutação, para mim, apenas flutuar, deixar fluir.

Momentos de inflexão, desvios rítmicos de absoluta coordenação, orientados por um espírito desconhecido que nos leva mais longe quando menos esperamos. Plena energia de carácter puro que nos desenvolve o ser.

Apenas uno; depois vemos de novo as cores de todo esse conhecimento, pensamos que voltamos àquela cadeira e obedecemos a novos objectivos, antes que se torne rotina.

Retro Junk

Este dia vai ficar marcado na minha memória como aquele em que consegui espirrar e mandar uma cabeçada na porta do frigorífico num só único movimento... e nem me perguntem como porque também não sei. A única coisa que sei é que ainda me dói a testa por causa desta... stunt - pode-se dizer que é mais uma parte do espectáculo contínuo: "Dias em que a Ana consegue chocar com tudo o que existe dentro de uma sala, sem eventualmente partir nada mas causando mazelas na saúde pública... digo, pessoal!". E quando falo em tudo... é mesmo tudo; nem o raio dos candeeiros de tecto conseguem escapar... De qualquer forma - e já que agora anda tudo muito retro: vestuário retro, calçado retro, penteados retro, Deus do Céu... - também fica marcado como o dia em que descobri este maravilhoso site >Retro Junk< que tem todas aquelas coisinhas bonitinhas que costumávamos ver quando éramos criancinhas... ou então em reposições tais como: O Santo, O Espaço 1999, A Missão Impossível ou o Danger Mouse. Porque esses bonecos - sim! - eram uma maravilha para a alma! Divirtam-se a explorá-lo. Eu cá, gostei. É que quando começam a chamar Retro às coisas dos anos 90, começamos seriamente a sentirmo-nos da geração anterior. Uma espécie de I've got the power! attitude...