Mais um rosto que se perdeu, mais uma alma que se ganhou...
Confesso que nunca fui grande leitora de Sophia de Mello Breyner, mas havia qualquer que me atraia em alguma da sua escrita. Ultimamente, o seu amor pelo mar e por tudo o que era verde, começou a transportar-me para outras terras. Agora que ela partiu, tralvez fosse bonito fazer uma homenagem a esta grande senhora da literatura portuguesa...
Hora
Sinto que hoje novamente embarco
Para as grandes aventuras,
Passam no ar palavras obscuras
E o meu desejo canta --- por isso marco
Nos meus sentidos a imagem desta hora.
Sonoro e profundo
Aquele mundo
Que eu sonhara e perdera
Espera
O peso dos meus gestos.
E dormem mil gestos nos meus dedos.
Desligadas dos círculos funestos
Das mentiras alheias,
Finalmente solitárias,
As minhas mãos estão cheias
De expectativa e de segredos
Como os negros arvoredos
Que baloiçam na noite murmurando.
Ao longe por mim oiço chamando
A voz das coisas que eu sei amar.
E de novo caminho para o mar.
Hora
Sinto que hoje novamente embarco
Para as grandes aventuras,
Passam no ar palavras obscuras
E o meu desejo canta --- por isso marco
Nos meus sentidos a imagem desta hora.
Sonoro e profundo
Aquele mundo
Que eu sonhara e perdera
Espera
O peso dos meus gestos.
E dormem mil gestos nos meus dedos.
Desligadas dos círculos funestos
Das mentiras alheias,
Finalmente solitárias,
As minhas mãos estão cheias
De expectativa e de segredos
Como os negros arvoredos
Que baloiçam na noite murmurando.
Ao longe por mim oiço chamando
A voz das coisas que eu sei amar.
E de novo caminho para o mar.
Sophia de Mello Breyner Andresen
4 Comments:
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Que mania que têm de apagar os comentários pah... ô_õ
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
LOL Sorry! É que o publiquei o mesmo comentário duas vezes.
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