HORAS DE ALUCINAÇÃO

As penosas horas no vomitório são meras alucinações provocadas pelo psicotrópico que é a vida...

quarta-feira, junho 28, 2006

Mais uma daquelas passagens lindíssimas...

Umberto Eco é um daqueles poucos escritores que consegue fazer-me rir - e é difícil fazê-lo subtilmente pela escrita. As suas personagens, carregadas de excentricidades, são sempre divertidas, com uma voz muito própria, aproximando-se muito da realidade:

- Vós não acreditais no que dizeis.
- Pois não. Mas o filósofo é como o poeta. Este último compõe cartas ideais para uma sua ninfa ideal, só para escandalizar graças à palavra os recessos da paixão. O filósofo põe à prova a frieza do seu olhar, para ver até que sinal se pode corroer a fortaleza da hipocrísia. Não quero que se atenue o respeito pelo vosso pai, pois me dizeis que vos deu bons ensinamentos. Mas não entristeçais com a sua recordação. Vejo-vos lacrimejar...
- Oh, isto não é dor. Deve ser da ferida na cabeça, que me enfraqueceu os olhos.
- Bebei café.
- Café?
- Juro que dentro em pouco estará na moda. É uma tisana. Vou arranjar-vos um pouco. Seca os humores frios, afasta os ventos, reforça o fígado, é remédio soberano contra a hidropisia e a sarna, refresca o coração, dá alívio às dores de estômago. O seu fumo é de facto aconselhado contra as fluxões dos olhos, o zumbido nos ouvidos, a coriza, constipação ou moléstia do nariz que haja. E depois sepultais com o vosso pai o incómodo irmão que haveis criado. E sobretudo arranjai amante.
- Uma amante?
- Será melhor que o café. Sofrendo por uma pessoa viva sanareis os espasmos por uma criatura morta.
- Nunca amei uma mulher - confessou Roberto, corando.
- Não falei numa mulher. Poderá ser um homem.
- Senhor de Saint-Savin! - gritou Roberto.
- Vê-se que vindes do campo.

Umberto Eco, A Ilha do Dia Antes

segunda-feira, junho 26, 2006

Summer Fruits


Agora, com o verão, aparecem aquelas frutas especiais e mais exóticas. Para mim o melhor são os frutos silvestres =) Agora ainda não estão no ponto, mas lá para Agosto é ver as amoras e framboesas nas silvas à beira da estrada madurinhas e doces! Que bom!! Não há nada melhor que comê-las directamente das silvas e se houver um riacho ao pé, passá-las na água fresca...hmmm...tou a ficar com fome...

domingo, junho 25, 2006

A flight of fancy on a windswept field

sexta-feira, junho 23, 2006

Eternity

He who binds to himself a joy
Does the winged life destroy;
But he who kisses the joy as it flies
Lives in eternity's sun rise.

William Blake, Eternity

Agora fiquei confusa...

sábado, junho 17, 2006

Biba Portugal, carago!


E já estamos nos oitavos de final....Voltou a Febre da Selecção!

quinta-feira, junho 15, 2006

La Pregunta

Amor, una pregunta
te ha destrozado.

Yo he regresado a ti
desde la incertidumbre con espinas.

Te quiero recta como
la espada o el camino.

Pero te empeñas
en guardar un recodo
de sombra que no quiero.

Amor mío,
compréndeme,
te quiero toda,
de ojos a pies, a uñas,
por dentro,
toda la claridad, la que guardabas.

Soy yo, amor mío,
quien golpea tu puerta.
No es el fantasma, no es
el que antes se detuvo
en tu ventana.
Yo echo la puerta abajo:
yo entro en toda tu vida:
vengo a vivir en tu alma:
tú no puedes conmigo.

Tienes que abrir puerta a puerta,
tienes que obedecerme,
tienes que abrir los ojos
para que busque en ellos,
tienes que ver cómo ando
con pasos pesados
por todos los caminos
que, ciegos, me esperaban.

No me temas,
soy tuyo,
pero
no soy el pasajero ni el mendigo,
soy tu dueño,
el que tú esperabas,
y ahora entro
en tu vida,
para no salir más,
amor, amor, amor,
para quedarme.

Plabo Neruda, La Pregunta

Infanto-juvenilidade ressurgida

Bem, ontem lá tivemos uma conversa sobre coisas que costumávamos fazer quando andávamos na escola primária: os pacotes de leite com chocolate que nos davam a meio da manhã (e que eu não bebia porque tinha asma alérgica e bingo! alergia ao chocolate - é preciso ter sorte na vida...); os copos de flúor que a junta nacional de dentistas (?) - era isso que eles eram? - levava todos os anos à escolinha para nós bochecharmos (como se um bocado de flúor uma vez por ano fosse mesmo suficiente para prevenir as cáries dos petizes viciados em açúcar e salvar-lhes a placa dentária até aos 80 anos de idade); e os senhores da igreja que todos os anos repetiam inúmeras vezes a mesma canção: Olhei para o céu, estava estrelado; vi o Deus-menino nas palhas deitado... - A música até é gira (faz-me lembrar aquele sketch do Herman Enciclopédia em que o Pai Natal diz ao menino Jesus: Ou é nas palhas deitado ou é nas palhas estendido! Não acha que já está na altura de levantar o rabinho das palhas e ir tirar a carta de trenó?), mas seria mesmo necessário repeti-la vezes sem conta? Porque vamos lá a ver: a verdade é que os senhores andavam a tentar dar-nos uma banda sonora para a vida inteira - fair enough -, com uma mensagem cheia de amor e tudo o mais; mas seria mesmo forte o suficiente para competir com êxitos do box-office (como se de um filme se tratasse) como eram os dos fantásticos Onda Choque e MiniStars? Impossível! As crianças queriam ouvir relíquias - sim, porque aquilo eram covers muito mal feitas - tais como: Ela só quer, só pensa em namorar e O Biquini Pequenino às Bolinhas Amarelas com as últimas músicas dos Guns 'n Roses, Metallica e Iron Maiden à mistura - pelo menos no meu caso, porque era o que os meus irmãos, na sua rebeldia adolescente dos 16 anos de idade, me punham a ouvir. A verdade é que um dia acordei e pensei que era ridícula por ouvir aquele tipo de coisas - não os Iron Maiden ou os Metallica, hã?; mas quando vejo as miúdas de hoje em dia a gritarem que nem desalmadas por um grupo de jovens que nada cantam, que promovem o chamado culto do corpo mas que até nesse campo deixam um bocado a desejar, penso que afinal ouvir os Onda Choque não era assim tão mau. Afinal sempre tocavam clássicos! Em versão cover, é certo. Mas um clássico é sempre um clássico.

quarta-feira, junho 14, 2006


Em pleno mês de Junho, mesmo com a Primavera a chegar ao seu fim e a dar lugar ao Verão, este foi um dia de chuva e trovoada. A molha à hora de almoço até soube bem - afinal, continua a estar calor; a trovoada fez-me recordar momentos de infância, quando ainda era pequena e tinha medo destes fenómenos. Lembro-me da minha mãe se pôr à janela, durante noites inteiras a ver os relâmpagos a formarem-se no céu; eu obviamente, acabava por fazer o mesmo. A verdade é que acabei por perder o medo, tudo graças a isto. Agora, uma coisa que descobri há bem pouco tempo, é que a minha mãe sempre teve medo de trovoadas. Engraçado, o que um pai faz por um filho...

sábado, junho 10, 2006

Cá estamos em mais um dia de Portugal

Li uma vez num livro que patriotismo é apenas uma palavra que, normalmente, acaba por significar uma de duas coisas: ou 'o meu país, com razão ou sem ela', o que é odioso, ou 'o meu país tem sempre razão', o que é uma pura imbecilidade. Numa semana em que os Nacionalistas pareceram entrar vezes demais nas nossas casas, ocupando demasiado tempo de antena nos telejornais - aquela declaração que toda a gente devia ter grandes caçadeiras em casa, ia-me matando... - sinto reforçada a ideia, na qual acredito desde há muito: A lealdade deve-se a pessoas e não a nações. Por isso, para todos que fazem deste país a nossa casa, e porque já é tradição deixar sempre um post neste dia - e tentando não escrever mais um poema de Luís de Camões! Eheh! - tenham um bom dia de Portugal! Porque afinal, o nosso país é lindo... e a falta de coerência é um defeito de muitos portugueses.

sexta-feira, junho 09, 2006

Que foto mais mal tirada...


... - já nesta altura, O Baleeiro aka N. "mano velho" B. apresentava dificuldades em manusear máquinas fotográficas foleiras - mas o que conta é a intenção. E afinal, até que está um bocado artística. Principalmente aquela t-shirt que estava a usar... o_O

domingo, junho 04, 2006

Cheguei ao ponto de saturação independente

Eh pá! Eu até gosto do Russel Crowe - na realidade toda a gente sabe que gosto dele, porque farto-me de o dizer...- e o Gladiador até é um daqueles filmes porreiros que se vê bastante bem; mas será mesmo necessário para a TVI passá-lo mais de dez vezes por ano? Que é que vão começar a fazer a seguir? Vão passar a dar telenovelas o dia todo? É que uma pessoa fica saturada! E depois nem sequer há intervalos de meia hora a meio, para uma pessoa ir à casa-de-banho, beber um café, ir ao supermercado e voltar a tempo de ver o resto! E eu que pensava que tinha um stock de dvd's limitado...

sábado, junho 03, 2006

It's all about love

'That is the best qualification for a literary critic I ever heard of,' said Yorke. 'What was the name of the book?'
'There you have me,' said Jack. 'But it was a small book, in three volumes, I think; and it was all about love. Every novel I have ever looked into is all about love; and I have looked into a good many, because Sophie loves them, and I read aloud to her while she knits, in the evening. All about love.'
'Of course they are,' said Yorke. 'What else raises your blood, your spirits, your whole being, to the highest pitch, so that life is triumphant, or tragic, as the case may be, and so that every day is worth a year of common life? When you sit trembling for a letter? When the whole of life is filled with meaning, double-shotted? To be sure, when you actually come to what some have called the right true end, you may find the position ridiculous, and the pleasure momentary; but novels, upon the whole, are concerned with getting there. And for that matter, what else makes the world go round?'

Patrick O'Brian, The Fortune of War

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