Infanto-juvenilidade ressurgida
Bem, ontem lá tivemos uma conversa sobre coisas que costumávamos fazer quando andávamos na escola primária: os pacotes de leite com chocolate que nos davam a meio da manhã (e que eu não bebia porque tinha asma alérgica e bingo! alergia ao chocolate - é preciso ter sorte na vida...); os copos de flúor que a junta nacional de dentistas (?) - era isso que eles eram? - levava todos os anos à escolinha para nós bochecharmos (como se um bocado de flúor uma vez por ano fosse mesmo suficiente para prevenir as cáries dos petizes viciados em açúcar e salvar-lhes a placa dentária até aos 80 anos de idade); e os senhores da igreja que todos os anos repetiam inúmeras vezes a mesma canção: Olhei para o céu, estava estrelado; vi o Deus-menino nas palhas deitado... - A música até é gira (faz-me lembrar aquele sketch do Herman Enciclopédia em que o Pai Natal diz ao menino Jesus: Ou é nas palhas deitado ou é nas palhas estendido! Não acha que já está na altura de levantar o rabinho das palhas e ir tirar a carta de trenó?), mas seria mesmo necessário repeti-la vezes sem conta? Porque vamos lá a ver: a verdade é que os senhores andavam a tentar dar-nos uma banda sonora para a vida inteira - fair enough -, com uma mensagem cheia de amor e tudo o mais; mas seria mesmo forte o suficiente para competir com êxitos do box-office (como se de um filme se tratasse) como eram os dos fantásticos Onda Choque e MiniStars? Impossível! As crianças queriam ouvir relíquias - sim, porque aquilo eram covers muito mal feitas - tais como: Ela só quer, só pensa em namorar e O Biquini Pequenino às Bolinhas Amarelas com as últimas músicas dos Guns 'n Roses, Metallica e Iron Maiden à mistura - pelo menos no meu caso, porque era o que os meus irmãos, na sua rebeldia adolescente dos 16 anos de idade, me punham a ouvir. A verdade é que um dia acordei e pensei que era ridícula por ouvir aquele tipo de coisas - não os Iron Maiden ou os Metallica, hã?; mas quando vejo as miúdas de hoje em dia a gritarem que nem desalmadas por um grupo de jovens que nada cantam, que promovem o chamado culto do corpo mas que até nesse campo deixam um bocado a desejar, penso que afinal ouvir os Onda Choque não era assim tão mau. Afinal sempre tocavam clássicos! Em versão cover, é certo. Mas um clássico é sempre um clássico.
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