HORAS DE ALUCINAÇÃO

As penosas horas no vomitório são meras alucinações provocadas pelo psicotrópico que é a vida...

sábado, janeiro 15, 2005

Não te amo

Não te amo, quero-te: o amor vem d'alma.
E eu n'alma - tenho a calma,
A calma - do jazigo.
Ai!, não te amo, não.

Não te amo, quero-te: o amor é vida.
E a vida - nem sentida
A trago eu já comigo.
Ai!, não te amo, não!

Ai! não te amo, não; e só te quero
De um querer bruto e fero
Que o sangue me devora,
Não chega ao coração.


Não te amo. És bela; e eu não te amo, ó bela.
Quem ama a aziaga estrela
Que lhe luz na má hora
Da sua perdição?

E quero-te, e não te amo, que é forçado,
De mau, feitiço azado
Este indigno furor.
Mas oh! não te amo, não.


E infame sou, porque te quero; e tanto
Que de mim tenho espanto,
De ti medo e terror...
Mas amar!... não te amo, não.


Almeida Garrett
Folhas Caídas


Pois é meu amigo! Nem sempre presente mas nunca ausente. Aqui retribuo o poema que por uma vez tiveste a audácia de me ler. Não sei se terá sido bom ou mau! lol É lindo mas só assim de repente, parece demasiado lascivo para crianças de 16 anos. Tudo de bom para ti e continua na busca daquilo que tanto procuras. Quem sabe se não estará já ao teu lado - Se calhar sempre esteve. Basta esticares a mão!

3 Comments:

Blogger joãoGonçalo said...

lunam, ainda no outro dia lembrei-me de este poema. devias postar também a advertência do livro, é sem dúvida dos textos mais belos que existem. pensa nisso.

terça-feira, 18 janeiro, 2005  
Blogger Ana Franco said...

eh bem... a sugestão é boa mas infelizmente não li o livro num todo mas apenas alguns poemas. Tenho sempre receio de falar sobre o que não sei.

terça-feira, 25 janeiro, 2005  
Blogger Patrícia Mota said...

A primeira vez que vi este poema foi numa daquelas banais, chatas, aulas de portugues. Lembro-me que a leitura (feita por um velho amigo meu) deste poema me acordou de um sono normal de quem já nao tem muita vontade de aprender (naquela altura era assim). Lembro-me que os meus olhos saltavam de verso em verso com uma pressa imensa de absorver tudo... Tenho a noção agora que não percebi nada do que para ali estava escrito. Escrevi-o em cartas para vários pessoas.. Era assim uma banalização de mim. Lembro-me agora que eu era mesmo assim.

Já há muito tempo que não via este poema... E agora que o leio tenho vontade de o guardar só para mim, bem ca dentro e de nunca mais ter vontade de o escrever a ninguem... Que isto de querer hoje em dia já não tras felicidade. Vivemos num mundo em que só o amor é valorizado.

sexta-feira, 28 janeiro, 2005  

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