E viveram felizes para sempre...
Isto é que há coisas... Hoje de manhã acordei a pensar numa história que li há alguns anos atrás, naquela época dos meus 14, 15 anos em que "papava" tudo o que encontrava sobre mitologia greco-romana. Houve uma lenda que encontrei uma vez num livro e da qual gostei particularmente:
Damon e Pythias eram amigos de longa data e ambos seguidores de Pitágoras - aquele matemático das hipotenusas e dos catetos. Numa viagem que fizeram a Siracusa, Pythias foi acusado de conspirar contra o rei - e um bocado tirano - desta terra. Foi-lhe assinada uma sentença de morte. Pythias nada fez contra tal facto: acatou a sentença e apenas pediu que o deixassem regressar a casa uma última vez para se despedir da sua família. Como seria de esperar, o rei achou tal proposta impensável e recusou, acreditando que assim que fosse liberto, Pythias fugiria e nunca mais voltaria a vê-lo. Foi assim que Damon, arriscando a própria segurança pelo melhor amigo, propôs ao rei tomar o lugar de Pythias: se acaso este não voltasse, Damon seria executado no seu lugar. Assim, Pythias partiu e o rei ficou com Damon em seu poder, nunca acreditando que o primeiro alguma vez voltaria. O dia em que Pythias deveria voltar passou e deu lugar à noite; e quando o sol do dia seguinte nasceu, Damon estava já a ser preparado para a sua execução... - quando, para espanto de todos, Pythias apareceu. Pedindo perdão a Damon pelo seu atraso, contou a todos como o navio em que fizera a viagem de regresso fora atacado por piratas, como o tinham mandado pela borda fora e como nadara até à costa de modo a chegar o mais rapidamente possível, de modo a salvar o seu amigo. A verdade, é que o rei ficou tão surpreendido com a confiança, lealdade e amizade que existia entre os dois homens, que os libertou - fez deles seus conselheiros, mostrando que afinal não era tão tirano assim e que a verdadeira amizade mostra o que há de melhor em todos nós.
A história é bonita pela sua simplicidade e não é propriamente pela mensagem que transmite que gosto particularmente dela (raios... eu gosto do mentiroso do gato das botas...); é que por mais incrível que pareça, deve ser uma das poucas histórias da mitologia que realmente acaba bem. Muito ao estilo do velho e bom lema: e viveram felizes para sempre...
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