A morte saiu à rua num dia assim...
Relembro o último dia em que tivemos uma conversa decente. Iamos os dois na tua carrinha de caixa aberta num dia de calor. Tinhamos passado a tarde na esplanada do Alfredo da Silva no Barreiro com todo o pessoal da Secundária. Perguntaste-me para que servia o curso de Química, ao que eu respondi "Para muita coisa...". Isto foi o ano passado. Duas semanas antes tinhamos andado de bar em bar nas ruas desertas de Palmela, juntamente com o resto da ralé. Depois disso, apenas nos vimos em encontros esporádicos no autocarro. Parece quase irreal que nunca mais nos tornaremos a ver. Parece impossivel que apesar de não sermos tão amigos quanto isso, sei que sentirei a tua falta nos próximos encontros. Parece impossível que alguém tão jovem e com tanto para fazer, desapareça assim de repente dos limites do mundo. A ti, que sempre fizeste rir os outros e que agora continuas a fazê-lo num sítio bem melhor. A ti, que fugiste de nós sem aviso e cedo demais. Um dia voltaremos a reunirmo-nos todos, uns mais cedo que outros e voltaremos a rir como nos velhos tempos.
A ti, João... De todos os que nunca te esquecerão.
A ti, Andreia... que foste privada do seu amor cedo demais.
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