Lindo dia, hoje está. Solinho, friozinho, mas solinho de qualquer modo. O céu está azul, os pardalitos lá andam a passear, as árvores lá continuam a bandear-se, tal e qual como as palmeiras que se estendem aqui ao pé da minha casa. As poupas saltam de umas para as outras, os gatos vadios passeiam-se pelos canteiros. O meu, que por enquanto é definitivamente doméstico, estica-se no parapeito da janela nos momentos em que não anda a correr pela casa. Dou uma volta pelo parque. As gaivotas esgaravatam o esgoto ou pura e simplesmente ficam paradas ao sol. As garças preferem a calma do lago,cujas margens já viram dias mais limpos. A escada de pedra dos pescadores está vazia, como normalmente costuma estar. O meu ponto de repouso. Aquele em que me sento a olhar para o rio, para a outra margem, apenas com o intuito de apanhar sol. As pessoas que passam a correr ou a andar costumam olhar-me. Talvez pensem que estou triste, deprimida por ali estar sentada. Mas a verdade é que as tristezas cada vez que vêm, mais depressa se vão. Eu só lá vou, para aproveitar o solinho.
HORAS DE ALUCINAÇÃO
As penosas horas no vomitório são meras alucinações provocadas pelo psicotrópico que é a vida...
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