Espiral do ser - Parte II – Sui generis
Chove de forma contínua e torrencial, dois homens estão sentados frente a frente num tabuleiro de xadrez desenhado numa das mesas do jardim. Jogam em silêncio com uma certeza total de movimentos, das suas expressões nada transparece. É contudo distinta toda esta situação, as suas roupas estão embriagadas e as peças do jogo já dificilmente se vêem.
A pessoa que comigo se desloca ao abrigo de um vistoso chapéu-de-chuva, em nada se a percebe da irrealidade e mantêm o relato de algo que me vinha contando. Paro por uns segundos a olhar para este ente, este devolve-me o olhar parando o discurso. Preparo-me para articular uma palavra mas esta desvanece sem som, assim fico, pressinto que nada posso fazer apenas pensar.
A chuva cessa de forma súbita e uns raios de sol iluminam-me, sinto o calor que me faz saber da minha existência, mas toda esta condição me demonstra o contrário, nada parece o que é. Olho para o lado e os dois homens já não se encontram, volatilizaram-se, apenas restou uma peça do jogo, um simples cavalo branco tombado, como que me quisesse dizer que a vida move-se de forma sui generis.
Nós ficámo-nos pelo olhar comprometido, olhos nos olhos, o relato recomeçou e descemos a rua evitando a água acumulada no chão, como se nada tivesse passado, como se por momentos a vida não se tivesse transformado, como se nunca tivesse-mos parado e desviado da realidade.
A pessoa que comigo se desloca ao abrigo de um vistoso chapéu-de-chuva, em nada se a percebe da irrealidade e mantêm o relato de algo que me vinha contando. Paro por uns segundos a olhar para este ente, este devolve-me o olhar parando o discurso. Preparo-me para articular uma palavra mas esta desvanece sem som, assim fico, pressinto que nada posso fazer apenas pensar.
A chuva cessa de forma súbita e uns raios de sol iluminam-me, sinto o calor que me faz saber da minha existência, mas toda esta condição me demonstra o contrário, nada parece o que é. Olho para o lado e os dois homens já não se encontram, volatilizaram-se, apenas restou uma peça do jogo, um simples cavalo branco tombado, como que me quisesse dizer que a vida move-se de forma sui generis.
Nós ficámo-nos pelo olhar comprometido, olhos nos olhos, o relato recomeçou e descemos a rua evitando a água acumulada no chão, como se nada tivesse passado, como se por momentos a vida não se tivesse transformado, como se nunca tivesse-mos parado e desviado da realidade.
1 Comments:
Esses dois meliantes andam por todo o lado.
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