Centrifugadoras do Demo

Lá continuo a ler o livro que comprei sobre Lavoisier - é pequeno mas sou uma slow reader - o qual se tem mostrado bastante interessante. Tirando aquela coisa de se pôr a queimar diamantes em público (e depois queixa-se de ter ido parar à guilhotina...) com umas lentes enormes, o senhor dispunha de um verdadeiro arsenal de instrumentos científicos, que ia desde balanças extremamente calibradas a coisas para as quais, apesar de virem bem descritas no livro, não consigo mesmo arranjar uma imagem mental. Só sei que eram eficazes e que por exemplo, se Scheele as pudesse pagar, provavelmente seria mais famoso que Lavoisier. Mas não podia e foi no que deu. Nota-se também que o homem adorava os seus instrumentos de trabalho, o que é palpável só pela forma como os descreve. Pessoalmente, não tenho assim nenhum carinho especial por coisas destas, mas tenho um ódio de estimação no que toca a centrifugadoras. E porquê? Primeiro porque são hipnotizantes - aquela treta roda que é uma coisa parva e faz um barulho ainda mais chato que uma máquina de lavar a torcer (realmente, o príncipio é o mesmo). Segundo, porque quando estão mal equilibradas, conseguem dar voltas de 360 graus como se fossem uma coisa saída do Exorcista. Experimentem estar sozinhos num laboratório às 7h da noite, tudo escuro lá fora, de repente ouvem um barulho e quando vão ver está uma centrifugadora a andar sozinha como se fosse uma torradeira do Vigo dos Cárpatos. Chamem os Caça-Fantasmas porque é assustador. Centrifugadoras do Demo...