Mais Um em Cem
Achei que devia falar-vos deste homem que conheci nos Açores. Gerente de um banco, 44 anos, o Luís foi-me apresentado numa festa de anos. Escusado será dizer, o Luís nunca mais me perdeu de vista - eu até tinha medo de o ver aparecer. É que o Luís era um sacana, um sem-vergonha, um atiradiço de primeira que não ligava a idades. Julgava que eu tinha 23, e quando soube que afinal já eram quase 26, isso ainda lhe soou melhor. O Luís ria e fazia rir toda a gente; abraçava-me e beijava-me repetidas vezes só porque gostava de o fazer. No fundo o Luís era uma pessoa só e infeliz, recém-divorciado de uma mulher que de repente passou a odiá-lo, pai de duas filhas que deixaram de lhe ligar. Toda a gente o dizia: o Luís era bom rapaz, o Luís era carinhoso, o Luís era o melhor amigo que alguém poderia ter. Na hora da despedida, o Luís foi buscar palavras comoventes. E no fim, acabou por ser exactamente como ele me tinha dito: 'para o bem ou para o mal, tenho a certeza que nunca me irás esquecer'.
1 Comments:
É tão bom encontrarmos pessoas assim, melhor ainda se as conseguirmos manter por perto.
Enviar um comentário
<< Home