Classicamente reconhecível
Há aquelas coisas que me vêm sempre à cabeça quando ouço música clássica. Coisas como: 'Bem, isto é tão triste...', 'Bem, isto é tão agressivo!', 'Bem, isto é feliz demais' ou então 'Bem, isto é que é muita corda!'. Depois há aquelas coisas que me deixam estupidamente satisfeita como reconhecer uma música clássica. Não falo propriamente daquelas mais conhecidas como a Moonlight Sonata, Para Emília ou a Tocata e Fuga. Refiro-me àqueles momentos em que calha tropeçar numa música que se parece com tantas outras que já ouvi e penso 'Hey! Eu conheço isto. É de Bach!'. E depois fico toda feliz por saber uma coisa totalmente inútil mas que me faz sentir bem. Suponho que quando estas músicas foram, a bem dizer, lançadas toda a gente devia conhecê-las. Muito ao estilo do que acontece agora. Para nós é um pouco confuso. Imagino como seria na altura. Independentemente da época, pessoas são sempre pessoas e supostamente deveriam ter a mesma reacção que temos hoje. A única diferença é que, em vez de nos encontrarmos na rua com um amigo e comentarmos o novo álbum dos Rolling Stones - que na verdade quase podiam já fazer parte do Renascimento -, passariamos a falar da nova pauta de Mozart. 'Eh pá! Já ouviste a nova do Mozy? Ganda pedra, não é? Temos que nos juntar um dia para a tocar. Enquanto não inventam os gira-discos...'. Felizmente já estão fora de moda mas ainda bem que continuam a haver pessoas que se juntam para nos dar música. A vida seria bem mais chatinha sem ela. E não teríamos nada com que chatear os nossos filhos. Tirando talvez os filmes antigos.
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